6 de maio de 2016

Fez sentido?

Um pub.
Um café cheio e um copo de água.
Um maço de Português que eu odiava.

Shush!

Uma praia deserta. 
Uma noite de Junho.
Estrelas cadentes, OVNI's,
Talvez.
Uma fatia de pizza, fria.
Um farol aceso.
Histórias de vida.
Olha ali, um beijo.

Passeios de carro, de madrugada.
Anéis de fumo,
Silhuetas e uma musica indie.

Fumos e filosofias,
Desabafos, devaneios,
Risos, gargalhadas,
Atrofios.

Munchies.
Um Big Tasty,
Sem tomate, sem cebola, com ketchup extra,
Dois molhos de batata.
Uma cola sem gelo.

No chão do carro,
No chão do quarto.

Lágrimas e sorrisos.
Vontades e desejos.
Avanços e recuos.
Caminhadas em expectativa.
Caminhadas em saudade.
Em lágrimas.
Em êxtase.
Caminhadas sozinho,
E contigo.

Um cigarro mágico, dividido em três.
Um nascer do sol, no meio do nada.
Problemas para resolver.
Amanhã.

Hoje, maquilhagem perfeita.
Um álbum completo.
Pessoas excêntricas, 
Loucas,
Estranhas.
Smurfs.

Um beijo no pescoço,
Uma mão na perna,
Sai do carro!
Orgulho em ser teu.

Saudade de ser teu.
Uma camisa de ganga,
Uma com xadrez.

Um sorriso tímido,
Desajeitado,
Lindo.
Hambúrgueres sem azeitona, no centro da cidade.
Um dia feliz,

Um dia no inferno,

Uma noite nas nuvens,
Noite tranquila.
Fantasmas e sexo.
PLL e cereais sem leite.
Conforto.

Um carro que avariou,
Outro que mais valia pegar fogo.

Um amor que se apagou,
Em ti.
Um amor que ainda me queima,
Em segredo.

Poesia que não faz sentido,
Poesia que não rima,
Mas que se entende,

Como nós, tu e eu.



11 de outubro de 2015

Amaste-me


Já não me amas, estamos apenas. Acarinhas-me como sempre, mas já não procuras saber de mim. Findaste a tua busca e repousas tranquilamente nos beijos ocasionais. O sexo, último reduto da consumação plena do nosso amor, continua puro, mas morre só, nada vem depois. Tão simplesmente porque o amor carnívoro que me tinhas acabou. O tempo falta-te e queres novas descobertas, já não é em mim que navegas. Talvez os mares exóticos te tenham levado, onde peixes de mil cores te fazem feliz, talvez tenhas regressado a terra, ao lar que é só teu. Na tua ausência, de corpo ainda presente, sinto que perdi aquela que um dia foste para mim, e contigo, perdi-me eu também.
Se o amor morreu, queime-se o corpo; se fugiu, mande-se abater. Só os mortos se choram.

17 de setembro de 2015

Alô?

Às vezes, morde o bichinho e a vontade de desacorrentar alguns dos desabafos que vou deixando aqui para serem esquecidos entre os rascunhos... Será que alguém ainda os viria ler? 

10 de agosto de 2015

Sol de pouca dura...


Às vezes penso se não terá sido uma decisão precipitada ter começado a divulgar o que escrevo num blog, sinceramente... Acho que está na altura de dar o tiro de misericórdia nisto.

Sempre escrevi, sempre usei a escrita como uma forma de desabafo comigo próprio, porque nunca me senti confortável a falar sobre o que me vai na cabeça, com ninguém. Desde os meus anos de 2º ciclo - portanto, 10/11 anos - que eu passava aulas inteiras com a caneta encostada ao papel e não era, certamente, para escrever o que era vomitado no quadro, pela professora. 
Se eu sei o que é que escrevia, na altura? Não. Nunca guardei nenhum texto desses tempos... O ritual passava por escrever tudo o que me atravessava a cabeça, até não saber mais palavras para desenhar no caderno. Quando chegava a esse ponto, de não saber mais o que dizer ou, simplesmente, não ter o que dizer, apenas arrancava a folha do resto do bloco e rasgava nos bocadinhos mais pequeninos que conseguisse. 
Tal era a minha paranóia que alguém fosse tentar juntá-los e perceber o que se passava comigo que eu os separava em 2 caixotes do lixo e deixava uns poucos guardados comigo... Na verdade, os únicos meus textos que não viram tal destino acontecer foram todos estes que aqui estão e, mesmo esses, já quis, por tantas vezes, eliminar de vez. Ao mesmo tempo, cada um deles é uma memória ou lembrança... Neste caso, de um amor que não chegou a acontecer ou não era para ser. Um amor que me traz saudades... Um amor que nasceu em mim, mas só em mim... E há de morrer em mim também. 

Só relendo tudo o que aqui escrevi consigo sentir o sabor de tais lábios, outra vez, porque esses já não são meus para beijar, ou ver um certo sorriso que nascia por minha culpa e que agora não é mais causado por mim... Talvez por isso eu não seja capaz de os apagar antes que esse amor morra de vez... 
De qualquer forma, não me verão por aqui a escrever mais nada. Ficarei pelo mundo escondido dos rascunhos não publicados e as folhas de papel rasgadas em pedaços minúsculos.
Obrigado a quem foi acompanhando o blog e me foi dando feedback. Um dia eu volto, quem sabe.



30 de julho de 2015

Azar


Caminhava para casa, na berma da N109, enquanto os carros passavam por mim, em excesso de velocidade, de certeza, alguns a centímetros de me bater. Dentro de mim ardia um único pensamento: o que aconteceria se eu me arredasse um pouco mais da beira da estrada?
Sou cobarde, porque sei que não sou capaz de me atirar para o meio da mesma.

Esperava que alguém mais distraído não me visse e me colhesse por trás, que me rebentasse o crânio no para-brisas, que me abalroasse e me levasse.
E se não desse duas piruetas, não teria piada. 
E se não me despedaçasse, seria absurdo, se eu não voasse. Se não sentisse peso no corpo, como se flutuasse para sempre, sem consciência, sem pensamento. Se naquela fração de segundo eu me sentisse livre, despojado dos meus demónios, libertado de mim mesmo.
Se não me sentisse a planar como uma pena, então que sentisse o impacto violento e atroz do alcatrão, que sentisse todo o fardo e peso do meu passado e da minha consciência superar a gravidade e me esborrachar no tapete, me comprimir até desaparecer... 

Sei lá, (...) 



Cheguei a casa e ninguém se distraiu...
Foda-se.



24 de julho de 2015

Musa



Eu sei que adoras ler-me nas entrelinhas,
Porque só tu tens a chave para decifrar a verdadeira acepção de cada palavra que eu escrevo.

Frustração


Toda a gente se baba a olhar para ela, todos a gabam e constatam como é linda de morrer. Todos os dias é banhada por uma chuva de elogios e muitos não poupam palavras na hora de adjetivar o seu encanto. Porém, aquela pessoa que ela ama, aquela, cuja opinião mais importa e contamina a sua sagacidade visual, não a faz sentir de tal forma.

É fodido, como a indiferença de uma pessoa consegue anular o efeito que o entusiasmo de tantas outras provoca e fazê-la sentir, erradamente, que afinal não é tão bela como dizem... Que afinal não é nada de especial, quando é a rapariga mais deslumbrante e de tirar o fôlego que eu alguma vez tive o prazer de contemplar...


Como eu adorava que se pudesse ver através dos meus olhos... Através da minha mente.
Como eu adorava que se sentisse a miúda mais linda do mundo...
Já o é.
Só não o sabe.
Ainda.

É frustrante, na verdade...